terça-feira, 30 de novembro de 2010

A eterna ilusão do Homem-Deus!


Um mundo em ponto de fuga.

Onde em seu núcleo o ser se inventa em trémula realidade, na falsa noção do inatingível.

Na noção de perfeita realidade foge o trémulo ponto do ser. E no núcleo do imperfeito se reinventa o falso,

Foge o ser em extinção. Tremendo-lhe as mãos em espécie.

No ridículo da realidade imperfeiçoa-se o inatingível, tornando bamba a espécie.

Treme o mundo, trémulas as pernas. Ponto do imperfeito onde o ser se altera. No sonho do ser se atinge o núcleo do mundo, e tudo flutua.

Cai o Homem em sonho. Revolta-se a noção de espécie e renova-se o perfeito por nossa própria vontade.

Um "nós" que não nos pertence.

A eterna ilusão do Homem-Deus.

Foge a realidade em extinção e, trémulo, o ser, em espécie, flutua.

Cai o sonho da nossa vontade.

Acorda...

É realidade!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Gente


Tudo o que em torno de nós navega,
Tudo o que à nossa volta nos olha,
Tudo! Da terra, ao caminho, à folha,
Ao fogo apagado que ainda fumega.

À rua triste que se perde no vento.
Que vagueia no vazio de quem passa.
Ao virar a esquina se desgraça
E se deixa arder num fogo lento.

Que momento!...Só os fogos tantos!
A noite cai depressa e ardente,
E o sisudo mendigo além a frente

Que resmunga os seus tantos prantos
E balança ao som de falsos cantos,
É a glória deste pouco de gente.