O sol que em ti escorre
É areia que carrega o tempo.
Seixos de meu mar que ao teu escoam e apressam.
E o ser que me foge.
Que pelos pés troca o passo.
Como nós que um dia fomos pedaços de nós mesmos...
Tornamos no vento em espiral,
Onde meu dedo mareia e troca o teu.
E somos tudo o que fomos.
Num tempo que passa e pressa.
Nos olhos que trocamos
As lágrimas correm pra cima.
Canópia do mundo onde em ti me transformo.
E seguimos nesse trilho.
Seguem-nos as pegadas em àgua.
As mesmas que nos percorrem o caminho,
E em rumo eterno me pesa a areia nas mãos.
E lado a lado, olhos em horizonte.
O mesmo que nos perpectua a existência.
Que nos contempla e nos alaga a consciência.
Na tua pele sinto o mar que me corrói os pés,
Como sal que já envelhece.
E passa tudo e depressa
Tanto que me troca o passo.
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