sábado, 19 de setembro de 2015

Um sonho de uma noite de verão




 Caminho pelo trilho onde me leva um fim de tarde de um dia que chegou cedo.
 Ao longe vagueia o mar. Que cobre a miragem que me toma o horizonte. 

 A mesma água que me mereia os pés, torna o meu caminho em pegadas que me demonstram que de cedo o fim de tarde mareado me trilhava o destino. Como se de sempre o tivesse de caminhar.
 A salgada gaivota puxa-me um sorriso de pés soltos. Como se de sempre o tivesse que sorrir. 

 As oleadas ondas que não saceavam nem se prendiam ao chão....O céu leve que, vago, ventava a água...
 As pegadas perseguem-me o caminho em sonho e, quando dou por mim, chego á miragem, como se depois de uma eternidade chegasse ao improvável, como o impossível feito de chegar ao horizonte. 


 A gaivota alegre já me aguardava, pousada num banco de ar solto. Olho-a nos olhos e vejo os meus.  Uma pegada de areia desprende-me o caminho e voo! E sou gaivota solta, leve, vaga, ar! E  zigzagueio sobrevoando o mar. Como um caminho que me chegou tarde. Sou miragem. Penso em ti. E mareio rumo ao horizonte. Anoitece.

Sem comentários:

Enviar um comentário